12/12/2006

Ode a Platão (ou Lazy Lover)

10.07.2006 21:58
Obs: Apesar de antigo, este texto é inédito.


Aulas de Filosofia. Sim, elas servem pra mais coisa do que você pode imaginar. Inclusive botar caraminholas na sua cabeça. Aí, se você não tiver queimado a aula, vai descobrir o quão complexo é o ser humano (organicamente, mentalmente, socialmente, entre outras esferas). Em outra aula, você fica sabendo que o homem é incapaz de ignorar uma descoberta (ou seja, a partir do momento que descobre algo, não consegue viver como se não tivesse descoberto). Ah! E a clássica (e a pessoalmente, a mais reveladora) Alegoria da Caverna, de Platão, alguém lembra?

Se você não lembra, azar o seu de faltar às aulas. Não entrarei em detalhes. Mas em resumo, a alegoria da caverna serve pra sustentar o argumento do filósofo de que há dois mundos paralelos: o real e o das idéias. O mundo das idéias seria tipo uma fotocópia do mundo real. Como vocês devem saber, uma fotocópia não tem a mesma qualidade do que uma original. E é tipo assim, a maioria das pessoas conhecem um mundo fotocópia (um mundo idealizado por diversos moldes, que se afasta da realidade). Os que conseguem enxergar o mundo real (Que para Platão, seriam os filósofos), na maioria das vezes, são ignorados ou reprimidos pelos demais.

É seguido desta lógica, imagino eu, que surgiu a expressão "amor platônico". Ela sugere, uma relação idealizada por uma pessoa que ama que não se manifesta à pessoa amada. Importante lembrar que é diferente de um amor não correspondido, que é aquele que é verbalizado por uma das partes e recusado (lembrando que sempre várias maneiras de dizer "não") pela outra.

Ok, ok. Se você agüentou chegar até esta linha, sei que deve estar de saco cheio desse papo filosófico. A questão é: Eu tenho um amor platônico. Dois. Três... enfim... quantos não importam. O que importa é que eu, um homem chique, culto e analisado, não sou de dar pití quando o(s) alvo(s) estão bem relacionados com um outro alguém. Até porque, se depender de mim, eles continuarão assim. Platônicos. Com tudo o que há direito: Paixão platônica, ciumeira platônica, traição platônica e o que mais der na telha.

Sim, eis aqui um ser humano complexo. E pelo menos até haver sinal da parte amada, do tipo um olhar que já diz tudo, fica tudo do jeito que tá. E quem achar que eu sofro por isso, se engana. Pelo contrário, serve de inspiração pra minhas histórias folhetinescas. Algumas delas que nunca passarão do plano imaginativo.

É mal de amor preguiçoso, que prefere a coberta quentinha e segura de uma solidão, ao sair de perto aberto e destemido a procura de um final feliz. Mas também um amor ciente de que se ainda não está feliz, é porque não chegou o final.

[Reflexão: Que filosofar o que ? Eu quero é lamber gente !]

2 comentários:

sulamita disse...

" Eu quero é lamber gente !"
tá inspirado com os últimos acontecimentos!

more comments, só face a face!
sua platonice n é tão platonice. é um amor eterno, e muito reciproco, acredito eu!

Marcus Gomes disse...

Cara, eu amo essa alegoria! Amo mesmo! E sempre gostei de paixões platônicas q são mais seguras, quentinhas e deixam o céu mais azul. E não vejo nenhum problema nisso. O problema é a necessidade de realização e acreditar q só pq é irrealizável é frustrante. Não é. Acho melhor viver o q é possível, aproveitar bastante disso, e não ficar remoendo o que não dá pra ser!
Abraço