Mas antes, é necessário falar um pouco sobre os tais parentes. Tenho uma mãe que no natal é tomada por uma compulsão por compras: é roupa de natal, toalha de mesa do natal, pratos do natal, papel higiênico do natal. E tudo seguindo a decoração temática. Eu admito que vejo até um certo charme nisso tudo. Mas o que é realmente irritante são os famigerados CD de natal. Argh! Especialmente um CD que a Simone interpreta temas natalinos. É definitivamente irritante. Cafona e irritante.
Outro fato está na comemoração em si. Explico, todo ano alguns vizinhos se reúnem para comemorar o natal juntos. Aliás, eles se reúnem pra comemorar sempre alguma coisa. Se houvesse um dia da pedra, eles estariam por aqui animadíssimos e serelepes. E minha mãe, onde quer que vá morar, sempre consegue ter muita proximidade com os vizinhos. Já eu não curto muito. Eu dou "bom dia", sou simpático, mas não sou de muita intimidade com eles, até porque como bom vizinho que sou, percebo que eles não são lá muito interessantes. Então fico em casa mesmo, curtindo um pouco da minha família, depois visito a parte paterna e em seguida tento encontrar os amigos.
Não odeio o natal, só não hajo com a afetação e até, em alguns casos, a hipocrisia que costumo ver por aí. Acredito que o tal do espírito natalino já veio em mim embutido de fábrica e sem prazo pra vencimento. Então não é necessário um período do ano pra trocar presentes, estar perto de quem eu gosto, e tentar fazer o bem. Mas admito o poder de unir pessoas que rola em torno desta data. Sim, mas é o dia do nascimento de Jesus, né? Também não funciona. Ele foi um grande homem sim. Mas eu não tenho religiosidade. E sair dando beijo e abraço em todo mundo só porque é natal ? hiiiiii colega, desculpa, mas isso nem se fosse em festa rave.
[Ah! Mas viva a festa! Se é pra ter uma, que venha. Cada um que comemore à sua maneira.]