- Deus criou os homens para que vivessem segundo os mandamentos.
- E?
- De boas intenções, o inferno está cheio.
12/23/2007
10/16/2007
Fantasmas existem
Tanto que um deles entrou no meu orkut hoje para me deixar um texto que eu escrevi há muito tempo atrás.
"PRA NÃO ESQUECER"
Aconteceu, já é passado.
Amor errado não volta mais,
É até melhor,Pra ser assim eu fico só,
Não precisa esperar,
Deixe estar,Sei que logo um dia,
Eu sei que vou olhar pra trás,
Ver que não bastaria.
Agora eu sigo bem,
E assim quero te ver,
Vai aparecer alguém,
Para eu não esquecer.
Silêncio, momento pra refletir,
Tormento, o barulho que faz aqui,
Pra fora, explode o que ronda aqui,
Pra dentro, inquietação!
Edgar melo - 31/12/2002
"PRA NÃO ESQUECER"
Aconteceu, já é passado.
Amor errado não volta mais,
É até melhor,Pra ser assim eu fico só,
Não precisa esperar,
Deixe estar,Sei que logo um dia,
Eu sei que vou olhar pra trás,
Ver que não bastaria.
Agora eu sigo bem,
E assim quero te ver,
Vai aparecer alguém,
Para eu não esquecer.
Silêncio, momento pra refletir,
Tormento, o barulho que faz aqui,
Pra fora, explode o que ronda aqui,
Pra dentro, inquietação!
Edgar melo - 31/12/2002
9/20/2007
NOTÍVAGOS (OU NOITES VAGAS)
Dedicado a Pedro
Tem se tornado freqüente ultimamente idas e idas ao aeroporto para buscar amigos de longa data que por variados motivos, alegres ou tristes, resolveram voltar à Recife. O clima cosmopolita do aeroporto, a ansiedade de esperar seu amigo, a alegria de revê-lo e perceber como as coisas mudaram e quase sempre pra bem fazem valer o deslocamento ao aeroporto que definitivamente não é nada perto. É adorável ver que o tempo, a distância e as experiências de vida modificam os nossos amigos, fazendo-os adoráveis, e ainda queridos.
Mas tão importante quanto saber sobre chegadas, é estar pronto para as despedidas. E agora não falo de despedida de amigos que fizeram parte de sua vida numa época agora distante e que porventura se reencontraram. E sim de recentes afetos que embarcam para uma nova e deliciosa jornada.
Tudo era apenas uma brincadeira e foi crescendo, crescendo, me absorvendo. E de repente. quando nos vimos “ a gente somo o trio mais foda”. E participamos um da vida do outro tão ativamente, que já não havia mais dúvidas: somos amigos desde a maternidade. E aquele menino que ria engraçado, que perdia o amigo mas não a piada, que era um misto de tantas coisas que ficam impossíveis descrever... bem, aquele menino é seu novo irmão, que também pode ser seu pai, seu avô e seu filho.
Você então pensa quão interessante é o fato de que neste mundo todo as pessoas mais interessantes da sua vida conseguem aparecer justamente na sua vida.
E fomos brincando de preencher as noites. Festa. Drinks Jantar. Cinema. Café. Cigarro. Crepe. Debate. Despedida antecipada. Motel. Almoço. Pagode-domingão-a-noite. Conversa-de-madrugada-no-carro-em-frente-ao-prédio-dela. Et cétera e tal. E entre uma coisa e outra, fomos aprendendo a nos amar naquele conceito de que amar é tentar ser uma pessoa melhor para tentar conquistar o outro, e acabamos conquistando o mundo.
Então eu não posso dizer “ele vai embora, e tudo vai continuar bem”. Pois é preciso sobreviver sem esse universo criado por noites a fio de trabalho duro. Ficará tudo bem, mas com aquele gostinho de quero mais que serve para o tempero de esperar a volta dele. E a gente se enche de orgulho em ver o menino partir para um novo velho mundo, esperando que ele volte para nos contar todas as suas experiências e extrair um pouco do conhecimento que ele absorveu por lá. E que ele volte ainda mais legal (como se isso fosse possível), mais bonito, mais rico, mais famoso, mais realizado, e muitos “mais” em todos os sentidos do que é ser humano.
Adeus também foi feito pra se dizer...
Mas tão importante quanto saber sobre chegadas, é estar pronto para as despedidas. E agora não falo de despedida de amigos que fizeram parte de sua vida numa época agora distante e que porventura se reencontraram. E sim de recentes afetos que embarcam para uma nova e deliciosa jornada.
Tudo era apenas uma brincadeira e foi crescendo, crescendo, me absorvendo. E de repente. quando nos vimos “ a gente somo o trio mais foda”. E participamos um da vida do outro tão ativamente, que já não havia mais dúvidas: somos amigos desde a maternidade. E aquele menino que ria engraçado, que perdia o amigo mas não a piada, que era um misto de tantas coisas que ficam impossíveis descrever... bem, aquele menino é seu novo irmão, que também pode ser seu pai, seu avô e seu filho.
Você então pensa quão interessante é o fato de que neste mundo todo as pessoas mais interessantes da sua vida conseguem aparecer justamente na sua vida.
E fomos brincando de preencher as noites. Festa. Drinks Jantar. Cinema. Café. Cigarro. Crepe. Debate. Despedida antecipada. Motel. Almoço. Pagode-domingão-a-noite. Conversa-de-madrugada-no-carro-em-frente-ao-prédio-dela. Et cétera e tal. E entre uma coisa e outra, fomos aprendendo a nos amar naquele conceito de que amar é tentar ser uma pessoa melhor para tentar conquistar o outro, e acabamos conquistando o mundo.
Então eu não posso dizer “ele vai embora, e tudo vai continuar bem”. Pois é preciso sobreviver sem esse universo criado por noites a fio de trabalho duro. Ficará tudo bem, mas com aquele gostinho de quero mais que serve para o tempero de esperar a volta dele. E a gente se enche de orgulho em ver o menino partir para um novo velho mundo, esperando que ele volte para nos contar todas as suas experiências e extrair um pouco do conhecimento que ele absorveu por lá. E que ele volte ainda mais legal (como se isso fosse possível), mais bonito, mais rico, mais famoso, mais realizado, e muitos “mais” em todos os sentidos do que é ser humano.
Adeus também foi feito pra se dizer...
8/23/2007
7/26/2007
Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada. Daqui há pouco você vai crescer e achar tudo isso ridículo. Antes que tudo se perca, enquanto ainda posso dizer sim, por favor, chegue mais perto.
(Caio Fernando Abreu)
(Caio Fernando Abreu)
7/16/2007
7/15/2007
Hoje eu estou personagem música de Tom Jobim. Você vai ver, você vai implorar, me pedir pra voltar, e eu vou dizer desta vez não vai dar. Não vai dar porque eu estou cansado, sabe? eu quero rir... eu quero olhar nos olhos e rir sem precisar explicar a terceiros, estando tudo claro para quem for de interesse. E este teu jeito calado demais de ser me dá nos nervos. Me dá embrulhos no estômago esta tua falta de atitude.
Eu quero... sei lá... que você tenha atitude pra sair comigo numa noite e ficarmos atirando pedras em janelas alheias atrapalhando o sono daqueles chatos que acordam cedo para fazer uma caminhada matutina. Eu quero alguém que ria de mim quando eu falar uma palavra estranha como "matutina". Ah! essas pessoas que andam nas ruas justamente quando estamos chegando em casa pra dormir. Gente, caminhar antes do sol nascer não faz o mínimo sentido... isto só pode ser coisa de quem não tem o que fazer.
Sabe qual é o meu desejo mais secreto? É que um dia você perceba que poderia aproveitar melhor a minha companhia, mesmo quando eu estava enburrado. Como poderia ser divertido aquela madrugada em que eu te chamei pra dançar, mas não havia música nenhuma, somente um monte de gente chata ao redor que usava a mesma feição para sentimentos que iam de "ganhei na loteria" a "mamãe acabou de morrer".
Ah! Eu estou cansado. Você não deve mais valer a próxima palavra. Definitivamente não deve.
Eu quero... sei lá... que você tenha atitude pra sair comigo numa noite e ficarmos atirando pedras em janelas alheias atrapalhando o sono daqueles chatos que acordam cedo para fazer uma caminhada matutina. Eu quero alguém que ria de mim quando eu falar uma palavra estranha como "matutina". Ah! essas pessoas que andam nas ruas justamente quando estamos chegando em casa pra dormir. Gente, caminhar antes do sol nascer não faz o mínimo sentido... isto só pode ser coisa de quem não tem o que fazer.
Sabe qual é o meu desejo mais secreto? É que um dia você perceba que poderia aproveitar melhor a minha companhia, mesmo quando eu estava enburrado. Como poderia ser divertido aquela madrugada em que eu te chamei pra dançar, mas não havia música nenhuma, somente um monte de gente chata ao redor que usava a mesma feição para sentimentos que iam de "ganhei na loteria" a "mamãe acabou de morrer".
Ah! Eu estou cansado. Você não deve mais valer a próxima palavra. Definitivamente não deve.
7/14/2007
7/13/2007
Devolve
Tem vontade de subir em cima daquele corpo e dizer " ei, devolve. Devolve o amor que tinha aqui. Que preenchia essas lacunas no meu peito, deixando tudo menos frouxo em mim. Devolve a liga, o ponto que faz do bolo um bolo, o nó da lã de tricô. Me salva.
(Tirado do Livro Aritmética, de Fernanda Young)
(Tirado do Livro Aritmética, de Fernanda Young)
6/14/2007
SORTE DE HOJE
Pare de procurar eternamente; a felicidade está bem ao seu lado
Ele olha detalhadamente para os dois lados. Não encontra nada. Vislumbra o horizonte e encontra algo para seguir adiante, encontra os sonhos. Lembra que tem dormido muito, sonhado muito, e pouco correndo atrás. Corre. Depois pensa: talvez esteja míope.
6/12/2007
Em claro
Pasta de dente na escova. Abrir torneira, molhar, fechar torneira. Esfregar. Frente, trás, direita, esquerda. Fio dental. 32 dentes. Abrir torneira, bochechar, cuspir e fechar. Boca e torneira. Tirar calça, chutar tênis, arrancar camisa. Calça de moletom, camiseta de vereador. Um pijama. Sentar na cama, calçar meia. Enfiar-se debaixo das cobertas. Apagar a luz. Cobrir pés, cabeça. Um submarino. Lembrar de todos os passos, pensar que não falta nada. Fechar os olhos. Desta vez, ele pensa, talvez eu durma.
4/06/2007
Última Lembrança Para Os Olhos de Azeviche
Agora eu tenho novos olhos. Na verdade, eu sempre os tive. Esses olhos de mim mesmo que um dia a terra há de comer. Que enxerga grandes distâncias, mas poucos interiores. Só que antes, eu me recusava ver através deles. Porque assim como todo mundo, eu gosto de me ver pelo olhar do desejo de um outro. No caso, os olhos de azeviche que não tenho mais. E todavia, já nem quero ter.
E aquele olhar cor de petróleo, pelo qual eu queria me ver através, era obscuro. Note que não é a cor escura que o torna difuso. Pois o preto é, em várias ocasiões, resplandescente. Pois quantas noites os casais se olharam refletidos nas águas de um lago escuro? E tantas outras vezes nos observamos pela imagem revelada pelos vidros fumês das lojas e ajeitando nossos cabelos achando que não há outra pessoa do lado de lá? Por quantos olhos negros você já se viu refletido?
Só que os olhos de azeviche, certo dia, não teve mais olhos pra mim. Cansou de me assanhar as tardes. Sua lingua resolveu revelar outras linguagens. E tudo isso não combina mais com a melancolia dos antigos. É tudo normal e moderno. Até eu, bastante antiquado cá pra nós, sei disso. Mas, invariavelmente, aqueles olhos cor de petróleo, se mostravam preocupado e atencioso, afim de que eu me demorasse mais ali por minha própria vontade de resgatá-los, quando deveria ter ido embora deveras tempo. Naquela generosidade de quem quer, na verdade, é te foder sem que você perceba.
Não há prazer maior do que ver pelos meus próprios olhos. Já foi desfeita toda aquela confunsão turva que você construiu em meu olhar, olhos de azeviche. Já não precisa mais pedir para eu ir, muito menos pedir para ficar. No seu tempo, estarei intacto como uma estátua numa praça que não responde, não se lembra o nome, nem se envelhece. No meu tempo, os meus próprios passos já me guiaram para outras realidades. Cada uma mais instigante e reveladora do que a outra.
Espero que você esteja bem refletido naqueles olhos claros. Na verdade, nem sei bem se espero mais alguma coisa de você. E só estou escrevendo este texto, porque tudo precisa ter um fim. E eu parei de escrever sobre você.
FIM.
E aquele olhar cor de petróleo, pelo qual eu queria me ver através, era obscuro. Note que não é a cor escura que o torna difuso. Pois o preto é, em várias ocasiões, resplandescente. Pois quantas noites os casais se olharam refletidos nas águas de um lago escuro? E tantas outras vezes nos observamos pela imagem revelada pelos vidros fumês das lojas e ajeitando nossos cabelos achando que não há outra pessoa do lado de lá? Por quantos olhos negros você já se viu refletido?
Só que os olhos de azeviche, certo dia, não teve mais olhos pra mim. Cansou de me assanhar as tardes. Sua lingua resolveu revelar outras linguagens. E tudo isso não combina mais com a melancolia dos antigos. É tudo normal e moderno. Até eu, bastante antiquado cá pra nós, sei disso. Mas, invariavelmente, aqueles olhos cor de petróleo, se mostravam preocupado e atencioso, afim de que eu me demorasse mais ali por minha própria vontade de resgatá-los, quando deveria ter ido embora deveras tempo. Naquela generosidade de quem quer, na verdade, é te foder sem que você perceba.
Não há prazer maior do que ver pelos meus próprios olhos. Já foi desfeita toda aquela confunsão turva que você construiu em meu olhar, olhos de azeviche. Já não precisa mais pedir para eu ir, muito menos pedir para ficar. No seu tempo, estarei intacto como uma estátua numa praça que não responde, não se lembra o nome, nem se envelhece. No meu tempo, os meus próprios passos já me guiaram para outras realidades. Cada uma mais instigante e reveladora do que a outra.
Espero que você esteja bem refletido naqueles olhos claros. Na verdade, nem sei bem se espero mais alguma coisa de você. E só estou escrevendo este texto, porque tudo precisa ter um fim. E eu parei de escrever sobre você.
FIM.
2/18/2007
TODO MUNDO TEM UMA FANTASIA DE CARNAVAL. QUAL É A SUA ?
SOBRE A NOITE EM QUE VIREI VAMPIRO
Meu nome. Talvez isso seja a única coisa que ainda não mudou do dia 12 até agora. Quer dizer... outras coisas também não irão mudar: meu corte de cabelo, minha aparência. Isto é fato. Só espero que isso não venha cansar a minha eternidade. E foi justamente por ela que me fez desejar todas essas mudanças. Falo das mudanças necessárias para se tornar um vampiro, se é que você me entende. Fui motivado a isso pelo mesmo motivo que me levou a fazer este texto. O de colecionar histórias. Ter uma eternidade pela frente, é ter mais histórias para colecionar e isto é realmente excitante.
Agora é aquela fase da adaptação. Além daqueles sentidos que são proporcionados à raça humana, posso detectar agora mesmo, pelo menos, mais dois: um eu apelidei de “leitura ótica”, mas não tem nada a ver com aquelas da compras de supermercado, e sim com o fato de ao olhar nos olhos de alguém pode ler o que a outra pessoa está pensando. Ainda não me adaptei completamente a ela, às respondo à determinados pensamentos e algumas pessoas julgam injustamente que estou falando sozinho. A outra habilidade é poder de voltar ao passado. Esse eu já aprendi a controlar. É do tipo de poder que não se pode usar contra ou a favor de ninguém. Posso até fazer isso aqui na sua frente e você nem desconfiará. Devo lembrar que os outros cinco sentidos estão mais aguçados do que na minha experiência humana?
Holywood mente porque mentiras vendem. Crucifixos, águas bentas, alhos e bugalhos são pura lenda. A luz do sol é algo realmente a ser evitado. Ainda não tive coragem suficiente pra encarar o sangue humano. Mas as palpitações de um coração é algo que chega a me deixar desnorteado. Ser retratado erroneamente pela mídia não me enfurece, pelo contrário, me diverte. Morro de rir com as tolices dos humanos ao se deparar com alguém de nossa raça.
Não me lembro com muitos detalhes como se passou o ritual de iniciação. O que lembro é idêntico a maioria das descrições literárias. Fui mordido no pescoço. No meu caso, por própria. Como já havia dito, eu optei por isso. Foi um pouco apavorante no início. Mas depois que comecei a sentir os caninos dentro das minhas veias e o meu sangue sendo sugado. Lembro que não foi só meu sangue sendo sugado. Havia uma relação de permuta. Algo quente também estava sendo injetado ali. E era bom. É difícil lembrar o que aconteceu depois. Só sei que acordei num caixão depois de dormir 54 horas. Mordidas no pescoço e caixão. Hum. Certos clichês são necessários.
Ainda não há muitas vantagens nesta nova existência, mas tenho me divertido. Acredito que quando passar o tempo suficiente da minha existência humana, o que deve ocorrer em meados de 2050 (se o efeito estufa não pegar pesado até lá) ficará tudo ainda melhor. Passado esta época, poderei ter certeza realmente de que minha morte não me quis.
Coisas que se devem saber sobre nós. Primeiro, não queremos o seu dinheiro, e sim o seu sangue. Segundo, qualquer gentileza de nossa parte nunca é de forma gratuita. Isso tantos humanos tolinhos ignoram. Terceiro, realmente não precisamos conversar se isso não for extremamente interessante. Não é porque tenho a eternidade toda que estarei disposto à gastá-la com vocês.
Aguardem os próximos registros.
[Reflexão: Não, eu não dou entrevistas]
Agora é aquela fase da adaptação. Além daqueles sentidos que são proporcionados à raça humana, posso detectar agora mesmo, pelo menos, mais dois: um eu apelidei de “leitura ótica”, mas não tem nada a ver com aquelas da compras de supermercado, e sim com o fato de ao olhar nos olhos de alguém pode ler o que a outra pessoa está pensando. Ainda não me adaptei completamente a ela, às respondo à determinados pensamentos e algumas pessoas julgam injustamente que estou falando sozinho. A outra habilidade é poder de voltar ao passado. Esse eu já aprendi a controlar. É do tipo de poder que não se pode usar contra ou a favor de ninguém. Posso até fazer isso aqui na sua frente e você nem desconfiará. Devo lembrar que os outros cinco sentidos estão mais aguçados do que na minha experiência humana?
Holywood mente porque mentiras vendem. Crucifixos, águas bentas, alhos e bugalhos são pura lenda. A luz do sol é algo realmente a ser evitado. Ainda não tive coragem suficiente pra encarar o sangue humano. Mas as palpitações de um coração é algo que chega a me deixar desnorteado. Ser retratado erroneamente pela mídia não me enfurece, pelo contrário, me diverte. Morro de rir com as tolices dos humanos ao se deparar com alguém de nossa raça.
Não me lembro com muitos detalhes como se passou o ritual de iniciação. O que lembro é idêntico a maioria das descrições literárias. Fui mordido no pescoço. No meu caso, por própria. Como já havia dito, eu optei por isso. Foi um pouco apavorante no início. Mas depois que comecei a sentir os caninos dentro das minhas veias e o meu sangue sendo sugado. Lembro que não foi só meu sangue sendo sugado. Havia uma relação de permuta. Algo quente também estava sendo injetado ali. E era bom. É difícil lembrar o que aconteceu depois. Só sei que acordei num caixão depois de dormir 54 horas. Mordidas no pescoço e caixão. Hum. Certos clichês são necessários.
Ainda não há muitas vantagens nesta nova existência, mas tenho me divertido. Acredito que quando passar o tempo suficiente da minha existência humana, o que deve ocorrer em meados de 2050 (se o efeito estufa não pegar pesado até lá) ficará tudo ainda melhor. Passado esta época, poderei ter certeza realmente de que minha morte não me quis.
Coisas que se devem saber sobre nós. Primeiro, não queremos o seu dinheiro, e sim o seu sangue. Segundo, qualquer gentileza de nossa parte nunca é de forma gratuita. Isso tantos humanos tolinhos ignoram. Terceiro, realmente não precisamos conversar se isso não for extremamente interessante. Não é porque tenho a eternidade toda que estarei disposto à gastá-la com vocês.
Aguardem os próximos registros.
[Reflexão: Não, eu não dou entrevistas]
1/26/2007
30 MINUTES ON A DANCEFLOOR
Daí que você está numa pista de dança, solteiro, descolado, mas só a fim de se divertir com os amigos. O lugar faz o estilo inferninho livre e modernoso e está abrindo espaço pra uma festa hype com line-up que inclui um time de bons DJs da cidade. Minutos atrás você se pega falsificando uma carteira de identidade pra uma amiga menor de idade entrar, lembrando da época que você mesmo continuava fazer isso. E parece realmente inevitável comparar a aqueles tempos com os atuais. Mas você muda o assunto antes que comece a se perguntar de está ficando velho aos 21.
Então na sua rodinha chega um desconhecido. Sua amiga pergunta quem ele é e quantos anos tem, você ignorante trata de pesquisar no roda quem é a tal pessoa. Feita as apresentações você consegue além de descobrir além do nome e idade, alguma luz e um ângulo melhor para perceber a pessoa. Até aí, tudo bem, nada demais. Isto acontece todos os dias em inúmeros dancefloors.
Daí a tal amiga interessada comenta que acha que seu amigo estava interessado na tal pessoa e que tais perguntas eram do interesse dele. Dar-se início a uma operação cupido:
- Vamos fazer um jogo. Você tem 30 minutos para descobrir quem é a pessoa deste grupinho que está a fim de ficar com você. Se você não descobrir eu te conto.
A figura faz cara de “não-faço-a-mínima-mas-estou-curioso”, arregala os olhos por trás de um óculos retangular, comprime os lábios. A cada 5 minutos ela chega pra perguntar se ele descobriu e ele numa dúvida eterna. Não havia tantas opções assim no recinto, mas não parecia ter alguém ali interessado nele. E não havia.
No décimo quinto minuto sua amiga chega esbaforida perguntando o que fazer para abortar a operação cupido, pois suas suspeitas entraram por água abaixo quando seu amigo aparentemente tinha encontrado um outro alguém. Então você livre, jogado e na terceira dose de licor de menta – que até então era só um mero figurante nesta trama - solta um “diz que sou eu que tá tudo certo”.
Então a turma dispersa, vocês estão em outro ambiente que mescla pista de dança com mesinhas para descansar e se pega numa conversa interessante. Na verdade eram trivialidades, mas qualquer trivialidade vindo de uma pessoa interessante torna-se atrativa por tabela. E por uma série de fatores que misturam vontade, álcool para quebrar a timidez, e empurrãozinho dos amigos eu me pego tentando conquistar alguém. Na primeira tentativa de um beijo, o alvo afasta, você pensa "xiii... caralho, dei uma bola fora", então de repente eu viro o alvo, recebo beijo no rosto, o procedimento é repetido algumas fezes até chegar ao grand finale.
E então no dia seguinte você se pega perquisando na internet sobre as características do beijo do signo de capricórnio.
Nunca paramos para falar com mais afinco na operação cupido mal realizada. Talvez não fosse necessário. Depois daquele dia, travamos alguns desencontros e contatos virtuais. Talvez tivesse parado só por ali, mas um replay seria consideravelmente tentador.
Daí de repente vocês fazem replays, plays, fast-fowards, pauses, e paradas somente naquelas obrigatórias de fato. Você se pega rindo ao lembrar de cuidar da vaidade enquanto tira a cutículas das mãos pensando "vai ser um desastre se pegarem na minha mão do jeito que ela está". Você volta pra casa com um sorriso que vai de uma ponta a outra, brincando de "E se...".
Ah! E daí? Milhões de histórias assim acontecem todos os dias, não é mesmo? É. Mas dá licença que essa é a minha experiência de fall-in-love-with-someone, tá? E absolutamente ninguém vive essa experiência da mesma forma, nem se repete com outras pessoas. Então. Enjoy it ! E eu não sei de onde eu tirei essa idéia de que escrever em inglês ameniza o que está sendo dito.
[reflexão: Dizem por aí que o amor é uma bobagem. Sou viciado em bobagens.]
Então na sua rodinha chega um desconhecido. Sua amiga pergunta quem ele é e quantos anos tem, você ignorante trata de pesquisar no roda quem é a tal pessoa. Feita as apresentações você consegue além de descobrir além do nome e idade, alguma luz e um ângulo melhor para perceber a pessoa. Até aí, tudo bem, nada demais. Isto acontece todos os dias em inúmeros dancefloors.
Daí a tal amiga interessada comenta que acha que seu amigo estava interessado na tal pessoa e que tais perguntas eram do interesse dele. Dar-se início a uma operação cupido:
- Vamos fazer um jogo. Você tem 30 minutos para descobrir quem é a pessoa deste grupinho que está a fim de ficar com você. Se você não descobrir eu te conto.
A figura faz cara de “não-faço-a-mínima-mas-estou-curioso”, arregala os olhos por trás de um óculos retangular, comprime os lábios. A cada 5 minutos ela chega pra perguntar se ele descobriu e ele numa dúvida eterna. Não havia tantas opções assim no recinto, mas não parecia ter alguém ali interessado nele. E não havia.
No décimo quinto minuto sua amiga chega esbaforida perguntando o que fazer para abortar a operação cupido, pois suas suspeitas entraram por água abaixo quando seu amigo aparentemente tinha encontrado um outro alguém. Então você livre, jogado e na terceira dose de licor de menta – que até então era só um mero figurante nesta trama - solta um “diz que sou eu que tá tudo certo”.
Então a turma dispersa, vocês estão em outro ambiente que mescla pista de dança com mesinhas para descansar e se pega numa conversa interessante. Na verdade eram trivialidades, mas qualquer trivialidade vindo de uma pessoa interessante torna-se atrativa por tabela. E por uma série de fatores que misturam vontade, álcool para quebrar a timidez, e empurrãozinho dos amigos eu me pego tentando conquistar alguém. Na primeira tentativa de um beijo, o alvo afasta, você pensa "xiii... caralho, dei uma bola fora", então de repente eu viro o alvo, recebo beijo no rosto, o procedimento é repetido algumas fezes até chegar ao grand finale.
E então no dia seguinte você se pega perquisando na internet sobre as características do beijo do signo de capricórnio.
Nunca paramos para falar com mais afinco na operação cupido mal realizada. Talvez não fosse necessário. Depois daquele dia, travamos alguns desencontros e contatos virtuais. Talvez tivesse parado só por ali, mas um replay seria consideravelmente tentador.
Daí de repente vocês fazem replays, plays, fast-fowards, pauses, e paradas somente naquelas obrigatórias de fato. Você se pega rindo ao lembrar de cuidar da vaidade enquanto tira a cutículas das mãos pensando "vai ser um desastre se pegarem na minha mão do jeito que ela está". Você volta pra casa com um sorriso que vai de uma ponta a outra, brincando de "E se...".
Ah! E daí? Milhões de histórias assim acontecem todos os dias, não é mesmo? É. Mas dá licença que essa é a minha experiência de fall-in-love-with-someone, tá? E absolutamente ninguém vive essa experiência da mesma forma, nem se repete com outras pessoas. Então. Enjoy it ! E eu não sei de onde eu tirei essa idéia de que escrever em inglês ameniza o que está sendo dito.
[reflexão: Dizem por aí que o amor é uma bobagem. Sou viciado em bobagens.]
[O autor do blog esteve ausente por um longo períodos pois estava realizando viagens físicas e mentais, e se dando ao direito de ter preguiça. Se as vacas produzem o leite quando estão ociosas, deve ter algo de bom no ócio.]
1/06/2007
CONSIDERAÇÕES SOBRE O PRIMEIRO DIA DO ANO
Eu sei. Estou sendo um medíocre. Estou sendo um medíocre motherfucked. Vou falar um monte de baboseiras, sobre um monte de coisas, que um monte de outros blogs devem ter falado inclusive antes de mim. Resumindo o montante: vou falar sobre a festa de Reveillon. Nessas horas eu me sinto como quando estivemos numa sala de aula e a professora pede uma redação sobre como foram as nossas férias.
Mas é impossível surgir do assunto. Não pela áurea mística, por acreditar num novo ciclo. Os primeiros dias de 2007, são como os últimos de 2006. Nem é também pelos votos de feliz isso, próspero aquilo outro. O bacana das festas de ano novo não é toda essa bobajada. É a capacidade que toda essa pra-quê-isso tem de unir as pessoas em torno de alguma coisa. E champa, gente bacana e farra pela cidade é TU-DO. Em qualquer um dos 365 dias do ano.
E o saldo de dezembro foi positivo: 2 livros, 6 sessões de cinema, 7 shows (todos de graça), e uma quantidade de dancefloors que eu perdi a conta. Pelo menos duas iniciativas louváveis: o blog e voltei a praticar exercícios físicos. No mínimo, 3 beijos de boca de perder o fôlego, e mais alguns outros classificados na categoria bom-mas-nem-tanto. 1 mês de férias. E pelo menos mais um amigo na intenção de "amigos para sempre". O que é, se eu tivesse o hábito de contabilizar as coisas deste jeito, haveria grandes chances de ser considerado um recorde. Ah, e vários feitos do quais eu me orgulho, mas não vou descrever aqui porque senão daria um livro.
Na noite do último dia do ano e, por conseqüência, a madrugada do dia seguinte foi marcada pela alegria de estar rodeado de amigos, reencontrando outros, e usar um "feliz ano novo" para puxar assuntos com pessoas que você sempre quis conhecer e nunca teve coragem. Partilhei os primeiros momentos depois da virada com dois ótimos desconhecidos que não eram da cidade e queriam um guia, esta tarefa me foi dada por uma amiga.
E assim a noite foi passando, o sol foi chegando... mas as pessoas continuavam no mesmo clima, ainda se encontrando, outras se perdendo. Cheguei em casa e acordei tarde. Gostaria de não ter acordado. Foi tudo muito bom, mas eu não reclamaria de passar o primeiro dia do ano sonhando com um 2007 ainda melhor.
Mas é impossível surgir do assunto. Não pela áurea mística, por acreditar num novo ciclo. Os primeiros dias de 2007, são como os últimos de 2006. Nem é também pelos votos de feliz isso, próspero aquilo outro. O bacana das festas de ano novo não é toda essa bobajada. É a capacidade que toda essa pra-quê-isso tem de unir as pessoas em torno de alguma coisa. E champa, gente bacana e farra pela cidade é TU-DO. Em qualquer um dos 365 dias do ano.
E o saldo de dezembro foi positivo: 2 livros, 6 sessões de cinema, 7 shows (todos de graça), e uma quantidade de dancefloors que eu perdi a conta. Pelo menos duas iniciativas louváveis: o blog e voltei a praticar exercícios físicos. No mínimo, 3 beijos de boca de perder o fôlego, e mais alguns outros classificados na categoria bom-mas-nem-tanto. 1 mês de férias. E pelo menos mais um amigo na intenção de "amigos para sempre". O que é, se eu tivesse o hábito de contabilizar as coisas deste jeito, haveria grandes chances de ser considerado um recorde. Ah, e vários feitos do quais eu me orgulho, mas não vou descrever aqui porque senão daria um livro.
Na noite do último dia do ano e, por conseqüência, a madrugada do dia seguinte foi marcada pela alegria de estar rodeado de amigos, reencontrando outros, e usar um "feliz ano novo" para puxar assuntos com pessoas que você sempre quis conhecer e nunca teve coragem. Partilhei os primeiros momentos depois da virada com dois ótimos desconhecidos que não eram da cidade e queriam um guia, esta tarefa me foi dada por uma amiga.
E assim a noite foi passando, o sol foi chegando... mas as pessoas continuavam no mesmo clima, ainda se encontrando, outras se perdendo. Cheguei em casa e acordei tarde. Gostaria de não ter acordado. Foi tudo muito bom, mas eu não reclamaria de passar o primeiro dia do ano sonhando com um 2007 ainda melhor.
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