1/26/2007

30 MINUTES ON A DANCEFLOOR


Daí que você está numa pista de dança, solteiro, descolado, mas só a fim de se divertir com os amigos. O lugar faz o estilo inferninho livre e modernoso e está abrindo espaço pra uma festa hype com line-up que inclui um time de bons DJs da cidade. Minutos atrás você se pega falsificando uma carteira de identidade pra uma amiga menor de idade entrar, lembrando da época que você mesmo continuava fazer isso. E parece realmente inevitável comparar a aqueles tempos com os atuais. Mas você muda o assunto antes que comece a se perguntar de está ficando velho aos 21.

Então na sua rodinha chega um desconhecido. Sua amiga pergunta quem ele é e quantos anos tem, você ignorante trata de pesquisar no roda quem é a tal pessoa. Feita as apresentações você consegue além de descobrir além do nome e idade, alguma luz e um ângulo melhor para perceber a pessoa. Até aí, tudo bem, nada demais. Isto acontece todos os dias em inúmeros dancefloors.

Daí a tal amiga interessada comenta que acha que seu amigo estava interessado na tal pessoa e que tais perguntas eram do interesse dele. Dar-se início a uma operação cupido:

- Vamos fazer um jogo. Você tem 30 minutos para descobrir quem é a pessoa deste grupinho que está a fim de ficar com você. Se você não descobrir eu te conto.

A figura faz cara de “não-faço-a-mínima-mas-estou-curioso”, arregala os olhos por trás de um óculos retangular, comprime os lábios. A cada 5 minutos ela chega pra perguntar se ele descobriu e ele numa dúvida eterna. Não havia tantas opções assim no recinto, mas não parecia ter alguém ali interessado nele. E não havia.

No décimo quinto minuto sua amiga chega esbaforida perguntando o que fazer para abortar a operação cupido, pois suas suspeitas entraram por água abaixo quando seu amigo aparentemente tinha encontrado um outro alguém. Então você livre, jogado e na terceira dose de licor de menta – que até então era só um mero figurante nesta trama - solta um “diz que sou eu que tá tudo certo”.

Então a turma dispersa, vocês estão em outro ambiente que mescla pista de dança com mesinhas para descansar e se pega numa conversa interessante. Na verdade eram trivialidades, mas qualquer trivialidade vindo de uma pessoa interessante torna-se atrativa por tabela. E por uma série de fatores que misturam vontade, álcool para quebrar a timidez, e empurrãozinho dos amigos eu me pego tentando conquistar alguém. Na primeira tentativa de um beijo, o alvo afasta, você pensa "xiii... caralho, dei uma bola fora", então de repente eu viro o alvo, recebo beijo no rosto, o procedimento é repetido algumas fezes até chegar ao grand finale.

E então no dia seguinte você se pega perquisando na internet sobre as características do beijo do signo de capricórnio.

Nunca paramos para falar com mais afinco na operação cupido mal realizada. Talvez não fosse necessário. Depois daquele dia, travamos alguns desencontros e contatos virtuais. Talvez tivesse parado só por ali, mas um replay seria consideravelmente tentador.

Daí de repente vocês fazem replays, plays, fast-fowards, pauses, e paradas somente naquelas obrigatórias de fato. Você se pega rindo ao lembrar de cuidar da vaidade enquanto tira a cutículas das mãos pensando "vai ser um desastre se pegarem na minha mão do jeito que ela está". Você volta pra casa com um sorriso que vai de uma ponta a outra, brincando de "E se...".

Ah! E daí? Milhões de histórias assim acontecem todos os dias, não é mesmo? É. Mas dá licença que essa é a minha experiência de fall-in-love-with-someone, tá? E absolutamente ninguém vive essa experiência da mesma forma, nem se repete com outras pessoas. Então. Enjoy it ! E eu não sei de onde eu tirei essa idéia de que escrever em inglês ameniza o que está sendo dito.

[reflexão: Dizem por aí que o amor é uma bobagem. Sou viciado em bobagens.]

[O autor do blog esteve ausente por um longo períodos pois estava realizando viagens físicas e mentais, e se dando ao direito de ter preguiça. Se as vacas produzem o leite quando estão ociosas, deve ter algo de bom no ócio.]


1/06/2007

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PRIMEIRO DIA DO ANO

Eu sei. Estou sendo um medíocre. Estou sendo um medíocre motherfucked. Vou falar um monte de baboseiras, sobre um monte de coisas, que um monte de outros blogs devem ter falado inclusive antes de mim. Resumindo o montante: vou falar sobre a festa de Reveillon. Nessas horas eu me sinto como quando estivemos numa sala de aula e a professora pede uma redação sobre como foram as nossas férias.

Mas é impossível surgir do assunto. Não pela áurea mística, por acreditar num novo ciclo. Os primeiros dias de 2007, são como os últimos de 2006. Nem é também pelos votos de feliz isso, próspero aquilo outro. O bacana das festas de ano novo não é toda essa bobajada. É a capacidade que toda essa pra-quê-isso tem de unir as pessoas em torno de alguma coisa. E champa, gente bacana e farra pela cidade é TU-DO. Em qualquer um dos 365 dias do ano.

E o saldo de dezembro foi positivo: 2 livros, 6 sessões de cinema, 7 shows (todos de graça), e uma quantidade de dancefloors que eu perdi a conta. Pelo menos duas iniciativas louváveis: o blog e voltei a praticar exercícios físicos. No mínimo, 3 beijos de boca de perder o fôlego, e mais alguns outros classificados na categoria bom-mas-nem-tanto. 1 mês de férias. E pelo menos mais um amigo na intenção de "amigos para sempre". O que é, se eu tivesse o hábito de contabilizar as coisas deste jeito, haveria grandes chances de ser considerado um recorde. Ah, e vários feitos do quais eu me orgulho, mas não vou descrever aqui porque senão daria um livro.

Na noite do último dia do ano e, por conseqüência, a madrugada do dia seguinte foi marcada pela alegria de estar rodeado de amigos, reencontrando outros, e usar um "feliz ano novo" para puxar assuntos com pessoas que você sempre quis conhecer e nunca teve coragem. Partilhei os primeiros momentos depois da virada com dois ótimos desconhecidos que não eram da cidade e queriam um guia, esta tarefa me foi dada por uma amiga.

E assim a noite foi passando, o sol foi chegando... mas as pessoas continuavam no mesmo clima, ainda se encontrando, outras se perdendo. Cheguei em casa e acordei tarde. Gostaria de não ter acordado. Foi tudo muito bom, mas eu não reclamaria de passar o primeiro dia do ano sonhando com um 2007 ainda melhor.